Não havia noticiário na televisão, no primeiro século. Mas, se tivesse havido, você pode imaginar o que um comentarista poderia ter relatado na manhã da ressurreição, cerca de 1970 anos atrás: "Bom dia, senhoras e senhores. Aqui fala Claudius Marcellus diretamente de Jerusalém. Estamos aqui na cena de um desaparecimento espantoso... mas antes de discutir isso, deixem-me preencher alguns detalhes do cenário. Há cerca de três anos este homem, Jesus, começou a viajar pelo interior da Judéia pregando um novo tipo de religião. Enquanto conseguia muitos seguidores, ele desagradava a maioria dos líderes religiosos da Palestina. Na manhã de sexta-feira, ele foi crucificado por acusação de traição e blasfêmia. Na tarde dessa sexta-feira, ele foi tirado da cruz e colocado num túmulo em forma de caverna, no qual agora me encontro. Agora, domingo de manhã, o corpo se foi. As únicas coisas deixadas são as mortalhas, bem dobradas e deixadas de lado. A cena aqui é de confusão e alvoroço. A pergunta na boca de cada pessoa é: 'O que aconteceu com o corpo?'"
A questão do desaparecimento do corpo de Jesus de um túmulo em Jerusalém, dois milênios atrás, ainda é fundamental para a fé cristã. Cerca de 50 dias depois do "desaparecimento", os apóstolos de Jesus começaram a pregar sua ressurreição e milhares começaram a ser convertidos. Os céticos denunciavam os apóstolos e seu ensinamento e perseguiam violentamente os seguidores de Jesus, mas ninguém jamais disputou o único fato incontestável: o túmulo estava vazio. Teria sido impossível discutir este ponto. Uma caminhada de quinze minutos por uma secretária de Jerusalém, no intervalo do seu almoço, poderia ter confirmado visualmente o fato. O túmulo estava vazio!
A resposta à questão do túmulo vazio requer investigação da evidência, indo desde o depoimento de testemunhas a uma análise das circunstâncias. Esta evidência precisa ser objetivamente esmiuçada para determinar o que, de fato, aconteceu.
Fatos verificáveis
- Jesus viveu. Sobre isso não há dúvida substancial. Documentos escritos por cristãos (Mateus, Marcos, Lucas, João, Paulo, Pedro, etc.) no primeiro século confirmam este fato. Assim também o fazem os escritos de historiadores romanos (Tácito e Suetônio) e judeus (Josefo).
- Jesus morreu. Depois de ser espancado e açoitado, Jesus foi crucificado. Os soldados furaram seu lado, do qual escorreram sangue e água, confirmando que ele tinha morrido (João 19:33-34). O governador romano, Pilatos, depois de verificar sua morte, liberou o corpo para ser tirado da cruz e sepultado (Marcos 15:44).
- Jesus foi sepultado. Um proeminente chefe religioso judeu, que era um discípulo secreto de Jesus, um homem chamado José, tinha um túmulo novo escavado na rocha, dentro do qual ele colocou o corpo de Jesus (Mateus 27:57-61; Marcos 15:42-47; Lucas 23:50-56; João 19:38-42). Diversas mulheres observaram José e seu amigo Nicodemos colocarem o corpo dentro do túmulo em forma de caverna e rolarem uma grande pedra sobre sua abertura. Eles tinham tido pouco tempo para embalsamar o corpo adequadamente, pois o sábado judaico começava ao pôr-do-sol da noite de sexta-feira. As mulheres fizeram planos para virem cedo na manhã de domingo com mais especiarias para completar o embalsamamento. Mas quando chegaram, encontraram a pedra tirada e nenhum corpo no túmulo.
Testemunhas oculares alegaram que viram Jesus vivo. Entre estas estavam discípulos que viram Jesus muitas vezes num período de 40 dias e puderam tocá-lo, falar com ele e até mesmo comer junto com ele. Como julgaríamos o depoimento destas testemunhas? Geralmente, avaliamos o testemunho por fatores tais como honestidade, competência e número.
Honestidade: Os apóstolos nada ganhavam (dinheiro, popularidade, etc.) por terem pregado a ressurreição. De fato, foram freqüentemente mortos por causa disso. Sua disposição a morrer por sua crença confirma sua integridade.
Competência: Os escritos destes homens demonstram competência mental, lucidez e atenção aos pormenores. O fato que muitos deles já conheciam bem Jesus e foram capazes de ter contato físico íntimo com ele certamente os coloca em posição de verificar a ressurreição. Número: Normalmente, duas ou três testemunhas são suficientes para estabelecer um fato histórico, mas neste caso, houve literalmente centenas (1 Coríntios 15:6). A relutância inicial das testemunhas oculares em crer reforça seu testemunho (Marcos 16:11, 13; João 20:19-29). Alguns a quem Jesus apareceu nem eram discípulos antes de terem visto Jesus ressuscitado: seu irmão Tiago, por exemplo (João 7:5; 1 Coríntios 15:7) e Saulo (Paulo).
Jesus foi ressuscitado. Esta é a única explicação que leva e conta, adequadamente, todos os fatos do caso. Mas, se Jesus foi ressuscitado, o que isto significa para nós?
- A ressurreição de Jesus garante nossa ressurreição (1 Coríntios 15; 1 Tessalonicenses 4:13-18), A ressurreição de Jesus não é um assunto de mero interesse histórico, mas serve como o protótipo da ressurreição de todo ser humano. Sua ressurreição é a base para a esperança (1 Pedro 1:3).
- A ressurreição de Jesus prova que ele julgará o mundo (Atos 17:30-31). Ele ainda vive e todos os homens o enfrentarão como Juiz, um dia. Este fato deve provocar sóbria reflexão em nossa vida.
- A ressurreição confirma as declarações de Jesus de ser o Filho de Deus (Romanos 1:4). Serve como fundamento de seu reinado (Efésios 1:19-23) e sacerdócio (Hebreus 7:23-28).
- A ressurreição de Cristo provê o modelo (Romanos 6:3-5) e o poder (1 Pedro 3:21) do batismo cristão. Os pecadores precisam morrer para o pecado como Jesus morreu na cruz. Eles precisam ser sepultados com Jesus no batismo para que possam ser erguidos para caminhar numa nova vida, como Jesus foi erguido dentre os mortos.
Uma reportagem noticiosa 1970 anos atrás teria perguntado: "O que aconteceu com o corpo?" Hoje somos desafiados a responder à mesma pergunta. O modo como respondermos mudará nossa vida.
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